Palavras se distorcem, papeis voam, lençóis enroscam-se em nada...gritos ensurdecedores, duas vozes femininas alteradas, e o fantasma ali no meio, como se tivesse assistindo a tudo e dando gargalhadas, se divertindo com o sofrimento que provoca...
Causas plantadas, sentimentos que não existem, um frio que arrepia a nuca, palavras dolorosas, entram, ferem, rasgam, destoem tudo por dentro...é um vendával de coisas ruins, tudo revirado, sujo, intocável... tudo por culpa do fantasma...
Uma noite solitária, o vento canta na rua, e do lado de dentro só vazio e medo, tudo escuro, já não há olhares, já não há toque, a companhia se foi, nem dá pra precisar quando...E cada lembrança que vem tem sempre uma ponta do fantasma a martelar na solidão...
Ouve-se pingos, não chove, são lágrimas de medo, de desespero, de solidão, cultivar fantasmas não é saudável, e como se manda ele embora? [eco]
Só existe uma grande esperança que ele arrume uma casa para assombrar num reino muito distante, e que a paz volte, trazendo junto os sorrisos e a felicidade que estas paredes um dia testemunharam...